Waldir Amaral é atemporal, ou seja, é Mestre
Passeando pela web, encontrei um texto falando de um Rio de Janeiro totalmente diferente deste que nasci: há 27 anos. Era década de 70. O futebol carioca era outro. Maracanã- "O Gigante". As Pessoas eram gentis e educadas.Jogadores outros. Rádios outras e tradicionais como Globo, Tupi, Tamoio,Continental e Nacional. Saudades Eternas.
Me belisco ao retornar num "passe de mágicas", ao nosso cotidiano,bem diferentes dos anos 70, vejo este belo texto de José de Oliveira Ramos, do site Jornal Pequeno, de São Luis, no Maranhão, sobre o atemporal Waldir Amaral.
Isabela Guedes.
blogdoradiocarioca@yahoo.com.br
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José de Oliveira Ramos
(joseoramos2006@ig.com.br)
"Corriam céleres os anos da década de setenta, com o futebol da Guanabara em ascendência em relação à secular e ferrenha disputa com o futebol de São Paulo e, num plano um pouco inferior, o futebol mineiro.
Em dias de jogos, com o Estádio Mário Filho lotado, “botando gente pelo ladrão”, um bordão criado e difundido no futebol pelo fenomenal Washington Rodrigues (o “Apolinho”), as transmissões esportivas levavam o futebol aos píncaros da audiência.
As rádios Globo, Tupi, Continental, Tamoio, Nacional, Mauá ecoavam em todos os cantos da cidade nas tardes de domingos e noites de quartas-feiras com seus narradores vibrantes e criativos em busca da maior audiência.
A luta titânica pela audiência, entretanto, era travada mesmo pela Rádio Globo e pela Rádio Tupi. Na emissora da Avenida Venezuela um time de primeiríssima qualidade em jornalismo esportivo era comandado por Doalcey Bueno de Camargo, que tinha como comentarista principal o gaúcho Ruy Porto.
Eraldo Leite e Iata Anderson e outros tanto quanto votados e laureados formavam o time de repórteres. Celso Garcia era o segundo narrador. Depois, o próprio Celso Garcia mudaria para a Globo.
A Rádio Globo não tinha apenas uma “equipe titular”. Se é que se podia chamar de “equipe reserva”, tinha profissionais com lastro de qualidade igual ou superior a muitas equipes titulares dos concorrentes.
Dois narradores do quilate de Waldir Amaral e Jorge Cury, além de Antonio Porto e Edson Mauro. Mais tarde surgiria José Carlos Araújo para engrossar as fileiras globais e garantir a audiência e a liderança. Luiz Mendes e João Saldanha eram os comentaristas que ainda tinham na retaguarda, no Plantão, Antonio Luís. O time de setoristas era formado por Denis Menezes, Washington Rodrigues e Kléber Leite.
E nem se contam as equipes da Tamoio, Nacional, Continental, Mauá. A briga pela preferência acontecia mesmo era entre a Tupi e a Globo.
Chamava atenção a participação especial de Mário Vianna como crítico de Arbitragem com o seu conhecidíssimo “errrroooouuu”, principalmente quando o árbitro era Walquir Pimentel ou José Marçal Filho.
Mas as transmissões tinham um astro em evidência e constante ascendência. Esse astro iniciava a transmissão com o famoso “abrem-se as cortinas do palco do gigante Mário Filho e, em instantes os artistas entram em cena.”
Era Waldir Amaral, nascido em Goiânia no ano de 1926, profissional de comunicação extremamente talentoso, jornalista, radialista e famoso locutor esportivo de grande destaque no Rio de Janeiro. Um dos maiores e melhores do mundo.
Com a mais absoluta certeza, Waldir Amaral foi um dos primeiros narradores esportivos a fazer das transmissões um verdadeiro show. Famoso criador de bordões que atravessaram o Brasil e tornaram-se referência como “indivíduo competente o Jairzinho!”, “o relógio maaaarrrrrca”, e “teeeeemmm peixe na reeeeede”.
Também é de sua autoria o apelido “Galinho de Quintino” que acompanhou Zico até o final de sua trajetória nos gramados, mas na época um desconhecido menino levado pelo também narrador esportivo Celso Garcia, de Quintino, subúrbio da Central do Brasil, para o Clube de Regatas do Flamengo.
Waldir Amaral iniciou a carreira na rádio Clube de Goiânia. No Rio de Janeiro, passou pelas rádios Tupi, Mauá, Continental, Mayrink Veiga, Nacional e Globo, onde foi um dos maiores responsáveis pelo alto índice de audiência. Nesta última, por sinal, permaneceu de 1961 a 1983. Cobriu nove Copas do Mundo. Waldir Amaral faleceu, aos 71 anos em 1997, vitimado por uma insuficiência coronariana."
Comentários
"Você ouvinte é a nossa meta... pensando em você procuramos fazer o melhor" - usado ao assumir o comando da jornada esportiva, normalmente poucos minutos antes do início da partida.
"Estão desfraldadas as bandeiras do xxxx" - na comemoração do gol
"Estão desertas e silenciosas as arquibancadas do Estádio Mário Filho, o gigante do Maracanã... boa noite amigos do esporte" - ao final da jornada esportiva.
Waldir Amaral, Jorge Cury...
Hoje não existe mais locutores como antigamente, temos ai uns dois e olha lá!!!