Ary Barroso, o "Homem da Gaitinha"

Esta crônica será em homenagem ao grande compositor popular dos anos 30: Ary Barroso.

Ary Barroso dispensa comentários no que se refere ao cancioneiro popular, pois "Aquarela do Brasil" é sinônimo de Ary Barroso, que era rubro-negro doente (alguém vai me contestar que os flamenguistas são sadios no que se refere ao Clube de Regatas do Flamengo?).

Ary começou a ser um brilhante narrador (speaker) em 1934, dedicando-se a essa atividade por 18 anos, criando um estilo próprio: festivo e perto da torcida.

Em 1937, Ary Barroso fez uma partida internacional pela Rádio Cruzeiro do Sul em Buenos Aires, entre Brasil e Argentina.

A célebre gaita surge quando ele locutava pela Rádio Tupy, junto com a massa popular. Esta, por diversas vezes, perdia o lance final do jogo e acabava ignorando o resultado da jogada devido ao grande barulho das massas.

O instrumento bucal sonoro possuía escala cromática irregular, aguda, e era genial para a ocasião. Ele levou aos montes e anunciou como a novidade já no jogo seguinte.

A partir daí, Ary Barroso teve a magistral idéia de introduzir sons musicais durante os jogos do esporte bretão, tornando-se o precursor do uso de vinhetas nas transmissões esportivas.

Por tudo isto, Ary Barroso abandonou o uso do bordão “gol” durante as partidas e adotou as gaitas, sempre tocadas na hora do êxtase máximo que uma torcida pode ter: o gol.

Obrigada e até a próxima.

*Esta crônica teve uma bela contribuição através da dissertação do II Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho, realizado em Florianópolis de 15 a 17 de abril de 2004, com a Coordenação da Professora da UFF, Ana Baum. Este texto está possibilitado na Internet pelo site Escola de Rádio.

Isabela Guedes

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