Crônica de Roberto Pôrto: O operador sem calças

Oi amigos,

passando por blogs inteligentes, como o do cronista e radialista Roberto Pôrto, e o seu Direto da Redação, porei uma história engraçada vivida pelo excelente radialista das Rádio Nacional(1130 Am) e Manchete 760 Am), Waldir Luiz, "o que sabe o que diz", na companhia de Porto na GRANDE e QUERIDA Nacional, nos áureos tempos, que tinha como coordenador esportivo nos anos 70 e início dos anos 80, o QUERIDO José Carlos Araújo. A crônica foi publicada no dia 15 de outubro de 2008.

Tenham uma boa leitura.

Um abraço,

Isabela Guedes.
blogdoradiocarioca@yahoo.com.br
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O OPERADOR SEM CALÇAS

"É possível que os leitores do Direto da Redação – espalhados pelo Brasil e pelo mundo – não conheçam a figura de Valdir Luiz. Repórter esportivo, torcedor fanático do Botafogo, Valdir Luiz ganhou dos companheiros, em razão de seu timbre de voz, o carinhoso apelido de ‘Pato Rouco’.

Trabalhamos e viajamos juntos pelo Brasil vestindo a camisa da Rádio Nacional, no tempo em que a emissora da Praça Mauá, no Rio, enfrentava a Rádio Globo quase de igual para igual. Valdir Luiz, então, além do esporte, era daqueles que fazia de tudo – batia o corner e saltava na área para cabecear. Filho de radialista, era engraçado e dono de excelente humor.

Éramos muitos, mas muitos mesmo. José Carlos ‘Garotinho’ Araújo, José Cabral, Paulo Roberto Braga e Jota Santiago (narradores); Deni Menezes, Eraldo Leite, Mário Silva, Valdir Luiz, Wellington Campos, Agostinho Gomes, Sebastião Pereira (que ganhara o apelido de ‘Fuscão Preto’), Sídnei Amaral, Cícero Mello (hoje meu companheiro na ESPN Brasil), Jaime Luís e Zildo Dantas (repórteres); e eu, Luiz Piñeda Mendes e Washington ‘Apolinho’ Rodrigues (comentaristas), além de Maurício ‘Danadinho’ Menezes (coordenador). Um belo time, se é que não estou esquecendo alguém, entre aqueles que falavam nas latinhas (apelido que dávamos aos microfones).

Mas Valdir Luiz era incansável. Só saía da rádio altas horas da noite, muitas vezes fazendo programas que nada tinham a ver com o esporte. Ou substituía alguém ou ganhava um trocado para ler um noticiário.

Certa noite, no enorme estúdio da Nacional, separado da mesa de áudio por um vidro quase à prova de balas, Valdir Luiz, sozinho, pegou o microfone e passou a ler um noticiário que agora não me recordo. Na mesa, mexendo nos botões, estava Sebastião Luiz Xavier, outro chegado a uma surpresa, desde que não fosse com a presença do chefe-geral José Carlos Araújo.

Lá pelas tantas, silêncio total no estúdio, Valdir Luiz ia lendo o noticiário que duraria, no máximo, 20 minutos. De repente, tomando fôlego, olhou para a mesa de áudio e – acreditem ou não – deparou-se com a enorme bunda (sem cuecas, claro) de Sebastião Luiz Xavier colada ao tal vidro. Daí em diante, foi impossível prosseguir o programa. Valdir Luiz não sabia se ria, gargalhava ou tinha um suposto acesso de tosse. O jeito – pelo que apurei depois – foi colocar no ar uma série de anúncios, uns seguidos de outros. É óbvio ululante que não houve clima para terminar o programa. Logo em seguida, com o mesmo Sebastião Luiz Xavier, entrou no ar uma habitual seqüência de velhos boleros, cantados com categoria por Lucho Gatica – como Hipócrita, Uma noite emYparacay, La Barca e por aí afora.

O rádio, e Eliakim Araújo pode comprovar isso, sempre foi um local onde as surpresas ocorriam com freqüência. E o objetivo principal era fazer rir o narrador do programa. Nessa noite, a vítima foi Valdir Luiz. Mas ao longo dos anos muitos caíram nessa esparrela, ora comandada pelo operador de áudio, ora por um companheiro que ficava no estúdio só com o objetivo de tirar o apresentador do sério.

Felizmente, isso jamais ocorreu comigo, tanto na Nacional como na Tupi e Globo. Mas estou certo de que não conseguiria me manter sério. "


Comentários

Anônimo disse…
o que aconteceu com o sebastião pereira?? o fuscão preto, nunca mais ouvi falar dele......

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