O Rádio Esportivo nos anos 30

Amanhã, terei que entregar na FACHA-Faculdades Integradas Hélio Alonso, campi Muniz Barreto, em Botafogo, um trabalho para a mídia impressa. Para "não variar" a minha editoria será de esportes e a minha matéria será sobre o rádio esportivo .

Como eu tenho esse "laboratório", o blog, porei para vocês "no ar", o começo do rádio esportivo nos anos 30.


Boa leitura a todos.

Com carinho,

Isabela Guedes.
blogdoradiocarioca@yahoo.com.br
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O Rádio Esportivo nos anos 30


O rádio se parece com o teatro. Naquele instante a emoção criada pelo ator é recebida pelo espectador e dali para adiante torna-se cúmplice a uma lembrança que emociona de novo, todavia não mais da mesma forma.


Filhos da elite, o rádio e o futebol “casaram-se” há quase 86 anos. O futebol ajudou a popularizar o então emergente veículo de comunicação de massa, enquanto o rádio retirou o esporte de dentro dos gramados e o levou para o imaginário popular.

Apesar das grandes dificuldades técnicas no começo dos rádio esportivo nos anos 30- falta de acomodação como cabines apropriadas para os “speakers”; o amadorismo da profissão radialista, no momento ali, era INEXISTENTE; os aparelhos telefônicos(ainda movidos por manivelas) e os microfones pesados- muitos deles à carvão- fez com que mitos, heróis e porquê não, loucos como Nicolau Tuma e outros, ousassem para pôr no ar a MAGIA da narração esportiva. Além dos locutores, podemos citar as presenças dos repórteres de campo, comentaristas e plantonistas, que criaram uma nova linguagem e uma nova roupagem de contar oralmente os jogos, muitos, capazes de gerar muita emoção e catalisar a audiência, pondo as partidas pelas “pelotas” em um espetáculo de massa, destacando assim, o rádio na vanguarda dos veículos de comunicação.


Polêmica no ar: *“vai botar o bafafá no caldeirão”*- São Paulo versus Rio de Janeiro


Há uma polêmica quanto ao pioneirismo das transmissões esportivas de futebol via rádio no Brasil, pois há um bairrismo folclórico entre Rio de Janeiro e São Paulo para quem pôs a primeira transmissão esportiva no local de jogo.

Oficialmente, a primeira transmissão direta de futebol pelo rádio, foi através de Nicolau Tuma, em São Paulo, em 19 de julho de 1931. Alguns autores que estudam sobre o rádio esportivo, como Maria Elvira Bonavita Frederico e o radialista Renato Floriano Murce, creditam o radialista carioca Amador Santos o pioneirismo, nas irradiações esportivas, no entanto, no Rio de Janeiro, em 1924, a então capital Federal do Brasil.

Há vários estilos de narração esportiva. No começo da radiofonia nacional, Amador Santos, narrava uma “peleja” como se estivesse transmitindo uma ópera no Theatro Municipal. Já o radialista paulistano Nicolau Tuma,cujo apelido era O Speaker Metralhadora, ao preencher o tempo-pois não haviam repórteres, comentaristas do jogo,plantonistas,os anunciantes da emissora, os sinais eletrônicos como o sinal do tempo e o placar do jogo, o nome da emissora e nem o nome do locutor esportivo. Tuma narrava sem parar e pedia ao ouvinte que ficasse atento, imaginando um quadrado imaginário. À esquerda do locutor/ouvinte, ficava a agremiação “A”. À direita do locutor/ouvinte ficava a agremiação “B” . Nos dias de hoje, o “estilo” Nicolau Tuma é utilizado por vários radialistas.


“Fim de Papo”


O rádio e o futebol continuam na vanguarda. Assim como no teatro, os locutores esportivos apresentam o espetáculo. Ao ouvinte, resta apenas, aplaudir os artistas da bola e do microfone, como Nicolau Tuma e Amador Santos- os pioneiros na radiofonia, pois se propuseram à “des- etilizar ” o rádio e o futebol.


**Citação do radialista Édson Mauro, profissional da rádio Globo-Rj(kHz 1220 am).


Bibliografia:


* “A Bola no Ar”- O Rádio Esportivo em São Paulo.

De: Soares, Edileuza- Editora Summus(Ano 1994);


** II Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho

Florianópolis, de 15 a 17 de abril de 2004

GT História da Mídia Sonora

De: Baum, Ana, professora da Universidade Federal Fluminense(UFF)


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