Coluna do Renato Maurício Prado- O Fôlego do Cury

Hoje, domingo dia 13 de março de 2008, no Rio de Janeiro, teremos
a partir das 18h e 10min, no Maracanã, mais um clássico carioca: Flamengo e Botafogo.
No último confronto entre as duas equipes, envolvendo uma disputa de título da Taça Guanabara de 2008, o Flamengo levou a melhor; ao Botafogo, restou a lamentar e culpar os "homens de preto"- que são os juízes. Em outras épocas, a roupa que juiz e os dois bandeirinhas utilizavam era o preto, para mostrar sobriedade e transparência.
Um "pano rápido" aqui nesse blog: Por quê tôdo BOTAFOGUENSE reclama do juiz em decisões quando perde? Pára com isso... Para ser sincera, quem quer vencer não fica chorando e apontando a culpa para os juízes. Juiz erra e muito, contudo, toda partida em que o Botafogo joga e perde, o culpado é o juiz.
Lendo o periódico O Globo, a coluna de Renato Maurício de hoje(domingo), discorreu um lance engraçado com três ícones da época romântica do futebol da década de 70: O botafoguense jornalista Sandro Moreyra-pai da competênte jornalista global Sandra Moreyra, o flamenguista Carlos Niemayer- o "pai" e mentor do legendário documentário Canal 100 que passava nos cinemas e que na década de 90, veio à baila na extinta Rede (carioca) Manchete com a apresentação de Alexandre Niemayer- e o locutor estelar, fenomenal, magistral Jorge Cury- irmão de Alberto Cury(radialista da extinta Rádio Jornal do Brasil- 940 Am Rj) e do cantor Ivon Cury. Nesta época, Cury, um dos mais conhecidos moradores de Caxambu(MG), estava na Rádio Globo( 1220 Am).
Confira esta crônica e curta este momento de uma época que os anos não voltam mais ...
Obrigada pela atenção,
Isabela Guedes.

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"Reza a lenda que no Botafogo 6x0 Flamengo, em 1972, o jornalista alvinegro Sandro Moreyra foi ao jogo com o grande amigo rubro-negro Carlinhos Niemayer, dono do Canal 100. Quando o Glorioso fez o seu quarto gol, irritado, "Nini" se virou para o Sandro e disparou: "Vamos Embora!". De carona com o velho parceiro(que, como ele, morava em Ipanema), o repórter não tugiu nem mugiu.

Seguiu atrás do produtor de cinema, radiante, por dentro; mas em solidário silêncio, por fora.

O carro já rodava pelo Viaduto Paulo de Frontin, rumo à Zona Sul, quando Sandro maroto, sugeriu:

-Bota aí no jogo...

Ouvindo música, Niemayer fez que não ouviu e só foi sintonizar a Rádio Globo no momento em que, entre a galeria e outra do túnel, Jorge Cury se esgoelava, narrando um gol.

Como, entretanto, o automóvel mergulhou, a seguir, na segunda parte do Túnel Rebouças, nem deu pra saber de quem fôra. Intimamente, se perguntado quem teria marcado, os dois ficaram torcendo:

-Um gol de honra! - pensou o rubro-negro.

-Botafogo 5 X o!- sonhou o botafogense.

Quando, enfim, saíram na Lagoa, o som do rádio reapareceu e Cury ainda urrava o seu conhecido e poderoso grito de gol.

- Que fôlego, hein?- espantou-se Niemayer.

Mas, apesar da reconhecida potência vocal e pumolnar do saudoso "speaker", a questão não era essa.

Na verdade, Cury começara a narrar o quinto gol, entre uma galeria e outra, e já berrava o sexto, do outro lado da cidade- levando Sandro ao delírio e Niemayer ao desespero. "

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