A Abert se pronuncia sobre o Rádio Digital

Ao navegar pela web,

vi no blog do meu ex-professor na Escola de Rádio , Ruy Jobim , uma carta-resposta da ABERT(Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão) acerca da implantação do rádio digital no Brasil.

Boa leitura a todos,

Isabela Guedes.
blogdoradiocarioca@yahoo.com.br
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Jornalismo com responsabilidade. É isso que faculdades ensinam ou deveriam ensinar aos que publicam matérias específicas. No caso da matéria da desistência de Hélio Costa sobre o HD Rádio ( Rádio Digital ), o jornalista deveria ter se informado primeiro sobre o que é o Rádio Digital. Como foi publicada no O Estado de São Paulo, a matéria parecia inquestionável, mas ao que tudo indica, era tudo falta de informação mesmo. Ao menos temos ainda a possibilidade de ter o HD Rádio no Brasil sem precisar torcar nossos aparelhos receptores. Leia a matéria publicada pela Abert - Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão :

No dia 29 de dezembro, o jornal O Estado de S. Paulo publicou matéria intitulada "Hélio Costa abandona projeto de Rádio Digital". Além de questionar a decisão do ministro de implementar a nova tecnologia de Rádio no país, o autor do texto, jornalista Ethevaldo Siqueira, é impreciso sobre a posição da Abert em relação ao padrão Iboc e sua versão HD Radio, da empresa Ibiquity dos Estados Unidos.Diante da necessidade de reparar os equívocos da matéria, a Abert - Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão esclarece aos seus associados que:

1. O conteúdo do artigo "E o Rádio Digital? Uma análise responsável", assinado pelo ministro Hélio Costa, em O Estado de Minas (dia 21 de dezembro de 2008), citado pelo jornalista como fonte de sua matéria, não confere com as informações veiculadas.

2. No artigo, o ministro Hélio Costa faz uma análise da implantação do Rádio digital no mundo e anuncia que irá indicar as "ferramentas que devem compor a arquitetura do Rádio Digital", ou seja, refere-se à consulta pública anunciada para 2009 que irá prever as exigências para o novo sistema.

3. Em 2007, o ministro das Comunicações solicitou à Abert a realização de testes do padrão Iboc (In-Band On-Channel, na mesma faixa, no mesmo canal), e recomendou o acompanhamento de uma instituição de reconhecida competência técnica. A Abert contratou a Universidade Presbiteriana Mackenzie para, por meio de seu Laboratório de Rádio e TV Digital, elaborar a metodologia e realizar os testes dentre as emissoras autorizadas a experimentar o padrão, com base nos guias emitidos pela Anatel. A instituição havia desenvolvido os testes para o Sistema Brasileiro Terrestre de TV Digital (SBTVD).

4. Os testes e estudos com o padrão Iboc foram executados durante nove meses, em quatro emissoras comerciais - duas OM e duas FM -, dentre as 20 Rádios já autorizadas pela Anatel a operar em caráter experimental. O trabalho contou com a contribuição da Associação Brasileira de Radiodifusores (Abra) e de Associações Estaduais de Emissoras de Rádio e Televisão.

5. A Abert considera o Iboc o padrão mais adequado para o contexto da radiodifusão brasileira. Por isso, optou por testá-lo. As suas principais vantagens são:- não exige destinação de nova faixa de freqüência;- adapta-se às características atuais das estações, possibilitando uma transição suave da tecnologia analógica para a digital;- pode ser implementado tanto nas emissoras de onda média (OM) como nas de freqüência modulada (FM); e- permite a utilização da mesma infra-estrutura de transmissão existente nas estações.

6. Apesar disso, os testes indicaram que o sistema HD Radio deve ser aperfeiçoado, pelas seguintes razões:- o sistema HD Radio, no atual estágio de desenvolvimento tecnológico, melhora o desempenho com relação à modulação analógica, mas na faixa de OM ainda demanda melhorias na robustez; e- mesmo já tendo sido adotado oficialmente em seu país de origem, o sistema continua em processo de evolução e deverá desenvolver versões mais robustas, mais imunes ao ruído urbano, crescente nos grandes centros.

7. A Abert, entretanto, continua defendendo a digitalização do Rádio brasileiro e reforça o entendimento sobre a adequação do padrão Iboc. Eis mais algumas das razões:
- as emissoras podem operar em seu próprio canal, o que não implica em planejamento de canais, possibilita o aproveitamento da planta tecnológica instalada e reforça a fidelização do público ouvinte;
- o público ouvinte continua a sintonizar sua Rádio no sistema analógico, sem a necessidade imediata de adquirir novos receptores, já que as transmissões híbridas permitem a simultaneidade dos sinais analógico e digital; e
- cada radiodifusor poderá iniciar a transição conforme sua disponibilidade e estratégia.

8. Para 2009, espera-se a realização da consulta pública, anunciada pelo ministro das Comunicações em audiência para a entrega do relatório dos testes do padrão Iboc, em dezembro último, com a presença de representantes do segmento da radiodifusão e da Universidade Mackenzie. A consulta permitirá aos fabricantes apresentarem seus sistemas e, ao governo brasileiro, definir as características e pré-requisitos que melhor atendam ao interesse público e à necessidade de atualização tecnológica das emissoras de Rádio.

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