O Rio de Janeiro é sintonizado do Iapoque ao Chui pelas ondas da rádio Nacional

Boa noite leitores/ouvintes...

Quem nunca já ouviu alguém noticiar um Flamengo... do Piauí ou um Fluminense... de Feira de Santana(Bahia)? Muitos já ouviram e acham até engraçado da empatia do povo do Norte/Nordeste/Centro-Oeste com os times do Rio de Janeiro desde a década de 1940, graças ao satélite da emissora da Praça Mauá ().

Há mais ou menos um mês, o carioca Ronaldo "Fenônemo"(que para mim, de fenômeno não tem nada, apenas pela mídia do chato Galvão Bueno e da Rede "Grobo" de televisão), fez "mídia e média" com a imprensa paulistana, dizendo que, as torcidas de São Paulo, principalmente o dele, Corínthians, era a maior do Brasil. Infelizmente, como muitos jogadores são broncos e não gostam de saber um pouco sobre a história do País, que é a memória de si mesmos, acabam jogando "confete" para serem os "Reis da mídia... paulistana e brasileira".

No livro Almanaque Rádio Nacional, cuja autoria é de Ronaldo Conde Aguiar, conta que a rádio Nacional é a RESPONSÁVEL pela existência e a popularidade, em todos os estados brasileiros, de grandes torcidas de clubes da cidade do Rio de Janeiro, que na maioria dos casos, superam em número, os torcedores de clubes locais.


Nos anos dourados, as ondas da Nacional fizeram a integração cultural e política do Brasil. Tal como a Rede Globo a partir dos anos 1970, do Iapoque ao Chuí do País, milhões de brasileiros sintonizavam a PRE-8 e, como disse certa vez o escritor capixaba Rubem Braga, nós(brasileiros) aprendíamos, por meio de suas novelas, programas de auditório, musicais e noticiários, a falar a língua da rádio Nacional. E foram, principalmente, as reportagens esportivas e as notícias transmitidas através do O Mundo da Bola(ainda no ar) que fizeram a cabeça do esporte bretão, transformando-os em fervorosos torcedores rubro-negros, pós-de-arrozes, botafoguenses, cruzmaltinos, diabos, mulatinhos rosados e cadetes.

Nos tempos áureos, compreendidos entre 1940 e final da década de 1950, os campeonatos eram locais e as pelejas só eram realizadas nos fins de semana. Os jogos de outros estados não eram irradiados, e o único torneio entre os estados era o Rio-São Paulo. Vamos "falar sério": Graças a emissora "Mais Querida do Brasil", a rádio Nacional(khz 1130 am), era uma emissora estritamente carioca, e foi a partir de então, em matéria de "football", ela ensinou ao brasileiro: a torcer pelos clubes da cidade São Sebastião do Rio de Janeiro.

Em tempo: Nesse ano de 2009, a Nacional, após três anos em jejum com os seus ouvintes, voltou a narrar as partidas de Futebol. Sem contar com o restauro do famoso satélite- que leva ainda hoje, além da internet- a emoção do gol nas vozes da Carlos Borges, Waldir Luiz, André Luiz Mendes, Xico Teixeira, Cristiano Menezes, Astrid Nick, Sérgio Maurício,Alberto Léo e Sérgio Du Bocage, nos mais recônditos rincões do Brasil, as ondas mais famosas ao longo de quase 73 anos de história. E QUE HISTÓRIA. SALVE A RÁDIO NACIONAL!



Um abraço,

Isabela Guedes.
blogdoradiocarioca@yahoo.com.br

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